No blog abaixo há um texto que achei super interessante. Vale a pena ler, nem que seja apenas por curiosidade.
http://nao2nao1.com.br/beijo-e-sexo-sao-coisas-que-nao-existem/
segunda-feira, março 30, 2009
Céu!
Céu como os seus. Distraído! E eu o observo atento. Absorvo! Sentindo gotas distraídas caírem sobre o rosto, enxergando o pesado mover das nuvens encharcadas e ao pé do ouvido, o vento assobiando como se deixasse uma secreta mensagem. Seus! Desejaria respirar aliviadamente, como se os costas já não pesassem tanto e os olhos não tivessem mais a necessidade de abrir. Longo e abrasador, assim deveria ser ao olhar para o céu.
segunda-feira, março 23, 2009
Horas.
Hoje respirei os sabores do dia.
Sol,
Sol,
vento,
chuva no fim da tarde.
Ingênua contemplação da beleza despretensiosa.
Sensação completa de gosto, de cor, de forma.
Sem ato ou efeito premeditado.
As horas,
Ingênua contemplação da beleza despretensiosa.
Sensação completa de gosto, de cor, de forma.
Sem ato ou efeito premeditado.
As horas,
estas transcorreram sutilmente.
O breu se firmou;
O breu se firmou;
estrelas foscas, pouca cor na noite.
Ingenuidade minha pensar que duraria mais.
[renato ribeiro]
Ingenuidade minha pensar que duraria mais.
[renato ribeiro]
quinta-feira, março 19, 2009
quinta-feira, março 12, 2009
O louco, a morte e a imperatriz.
Está o louco sentado a beira de um precipício. Ele tem em suas mãos uma vara com uma trouxa. A morte se aproxima do louco suavemente.
A morte: (aproximando-se) O que faz sentado aí?
O louco: (sem assustar-se) Vou me jogar...
A morte: Antes de qualquer coisa, me explique o que aconteceu. Talvez possa ajudar em alguma coisa.
O louco: Disseram ao imperador, que era capaz de alegrar qualquer pessoa. Mas não é verdade. Às vezes eu preciso de uma dose extra de coragem para me arriscar a colocar a cara a tapa. Como o imperador corta a cabeça de todos que não o atendem, quis adiantar o trabalho.
A morte: Por que não aproveite o momento para fazer o que sempre quis. (pausa) É uma boa oportunidade para cumprir a sua libertação.
O louco: É o cão que me persegue. Olham para mim e não enxergam nada.
A morte: Se quiser eu posso te acompanhar.
Louco: (mudando o tom) Me acompanhar em pantomima mesmo sem saber qual?
A morte: Dou um jeito. A gente muda e no fim tudo dá certo.
O louco: Você fala com uma segurança que assusta.
A morte: Levante-se daí. Vamos até o palácio, o que importa agora é o pedido do imperador...
O louco: O que importa agora é o pedido do imperador. Acompanha-me então?
A morte: Sim...
No castelo, com o salão principal lotado de nobres, estão a morte e o louco frente ao trono do imperador.
O louco: Ele ainda não está. (pausa) Acho melhor irmos embora...
A morte: Já está aqui. Não é hora de hesitar...
O louco: É uma mudança grande demais. Apresentar-se ao imperador assim, sem antes passar por uma preparação... é loucura.
A morte: Quem foi que disse ao imperador que era capaz de alegrar qualquer um?
O louco: Não sei. Essa história chegou ao ouvido dele por meios de boatos.
A morte: Sinal de que deve se arriscar. Não seja ingênuo e faça o que está destinado a fazer.
O louco: E se der errado?
A morte: Só tentando para saber.
O N° 15 entrando em cena
N° 15: Atenção! Atenção! Gostaria de comunicar a todos que o imperador não poderá assistir a apresentação.
O louco: Mais uma mudança...
A morte: Uma fatalidade...
N° 15: Sendo assim a imperatriz ocupará o lugar que estava destinado ao imperador.
A morte: Uma fatalidade para o bem...
Ouve-se tocar as trombetas
N° 15: Apresento a todos que aqui se encontram, a imperatriz.
Entra em cena a imperatriz, com passos solenes até chegar ao trono e assentar-se.
A imperatriz: (ao louco) Ouvi dizer que é capaz de alegrar qualquer pessoa. Gostaria de saber se é mesmo verdade o que dizem por aí.
O Louco: E se não for?
A imperatriz: Perde a cabeça... (ri escandalosamente) No mínimo terá que dar explicações a todos que se desprenderam de suas casas para virem até aqui se divertirem, mas acredito que seja capaz de nos divertir durante um bom tempo.
A morte: Ele está pronto.
O louco: (para a morte) Mas o que eu faço?
A morte: Seu melhor número...
O louco: (enchendo-se de coragem e tomando a frente) Senhoras e senhores, hoje eu farei um número nunca tentado antes. Um número que só tenho experimentado em minha cabeça...
A morte: Continue...
O louco: Um número de loucura!!!
(Todos aplaudem fervorosamente)
A imperatriz: Parece-me que o senhor faz justo a fama que tem. Nunca houve antes outro que os deixassem tão eufóricos como agora. Permita-me fazer um apontamento. Já que é um número ainda não testado, gostaria que fosse mais além, e que deixasse sua marca nesse palácio...
O louco: Uma marca...
A morte: Com certeza deixará uma marca tão bem marcada que todos jamais esquecerão.
O louco: (Apreensivo) Senhoras e senhores, dando continuidade ao número, eu solicito um voluntário. (Silêncio. Apreensão de todos)
A morte: Eu me disponho.
A imperatriz: Não!!! Eu quero ser o voluntário. Eu quero ser a primeira.
O louco: Mas senhora...
A imperatriz: A iniciativa é inteiramente minha. Além do mais, gosto de colaborar com o progresso. Em algo nunca tentado, em algo novo, tenho que dar a minha contribuição. Deixar dentro desta marca, uma segunda marca que será tão lembrada quanto à primeira.
O louco: Mas senhora...
A imperatriz: Está decidido!!! Eu serei a voluntária.
(Todos novamente aplaudem fervorosamente)
N°15: Tem certeza imperatriz?
A imperatriz: Está decidido N° 15. Louco, dê continuidade ao seu entretenimento.
O louco: De dentro desta trouxa, trago meus pertences mais íntimos. E em meio deles há uma corda. (abre a trouxa) Essa corda. Que por vezes tentei me enforcar com ela sem sucesso. É uma falsa corda. Capaz de dissolver qualquer nó, desde o mais simples até o mais cego.
A morte: Houve uma mudança grande demais...
O louco: Cara imperatriz gostaria que colocasse o seu pescoço no laço que farei, pendurarei a corda na pilastra mais alta e puxarei a fim de enforcá-la...
Todos os espectadores: Oh...
O louco: Não se preocupem. No momento exato o nó será desfeito... e nada de mal acontecerá com a imperatriz.
(apreensão geral)
A imperatriz: Vamos logo ao número...
(O louco passa a corda pelo pescoço da imperatriz e a pendura numa pilastra do salão. A imperatriz sobe em seu trono.)
A morte: Um novo dia vai começar.
O louco: Estou fazendo tudo como sempre imaginei. A estrutura já está armada. E num rufar de tambor a imperatriz irá pular... Que rufem os tambores... (os tambores rufam) no ‘três’ imperatriz. Um... Dois... Três...
(A imperatriz salta, mas o nó não se desfaz e ela acaba sendo enforcada.)
Todos os espectadores: Oh...
O louco: Está aí a grande marca!!!
(todos riem e aplaudem muito ao ver o corpo da imperatriz dependurado)
A morte: O progresso!!!
(todos aplaudem mais e mais, algazarra geral)
O louco: A marca dentro da marca. Hoje vai ser um dia jamais esquecido, tamanha foi à alegria que dei a todos. Uma apresentação digna de um festival burguês, ou de uma feira medieval. E agora eu pergunto a todos vocês se sabem qual foi o objetivo de toda essa festa? Alguém saberia me responder...? (Todos param subitamente) A resposta é simples... não há objetivo algum. Tudo o que aqui aconteceu foi por puro divertimento. A imperatriz está com a corda no pescoço por puro divertimento. Vocês aplaudem por que se divertiram. E eu pularei do precipício por divertir vocês. Acabou a feira.
A morte: Completou a sua libertação...
[renato ribeiro]
A morte: (aproximando-se) O que faz sentado aí?
O louco: (sem assustar-se) Vou me jogar...
A morte: Antes de qualquer coisa, me explique o que aconteceu. Talvez possa ajudar em alguma coisa.
O louco: Disseram ao imperador, que era capaz de alegrar qualquer pessoa. Mas não é verdade. Às vezes eu preciso de uma dose extra de coragem para me arriscar a colocar a cara a tapa. Como o imperador corta a cabeça de todos que não o atendem, quis adiantar o trabalho.
A morte: Por que não aproveite o momento para fazer o que sempre quis. (pausa) É uma boa oportunidade para cumprir a sua libertação.
O louco: É o cão que me persegue. Olham para mim e não enxergam nada.
A morte: Se quiser eu posso te acompanhar.
Louco: (mudando o tom) Me acompanhar em pantomima mesmo sem saber qual?
A morte: Dou um jeito. A gente muda e no fim tudo dá certo.
O louco: Você fala com uma segurança que assusta.
A morte: Levante-se daí. Vamos até o palácio, o que importa agora é o pedido do imperador...
O louco: O que importa agora é o pedido do imperador. Acompanha-me então?
A morte: Sim...
No castelo, com o salão principal lotado de nobres, estão a morte e o louco frente ao trono do imperador.
O louco: Ele ainda não está. (pausa) Acho melhor irmos embora...
A morte: Já está aqui. Não é hora de hesitar...
O louco: É uma mudança grande demais. Apresentar-se ao imperador assim, sem antes passar por uma preparação... é loucura.
A morte: Quem foi que disse ao imperador que era capaz de alegrar qualquer um?
O louco: Não sei. Essa história chegou ao ouvido dele por meios de boatos.
A morte: Sinal de que deve se arriscar. Não seja ingênuo e faça o que está destinado a fazer.
O louco: E se der errado?
A morte: Só tentando para saber.
O N° 15 entrando em cena
N° 15: Atenção! Atenção! Gostaria de comunicar a todos que o imperador não poderá assistir a apresentação.
O louco: Mais uma mudança...
A morte: Uma fatalidade...
N° 15: Sendo assim a imperatriz ocupará o lugar que estava destinado ao imperador.
A morte: Uma fatalidade para o bem...
Ouve-se tocar as trombetas
N° 15: Apresento a todos que aqui se encontram, a imperatriz.
Entra em cena a imperatriz, com passos solenes até chegar ao trono e assentar-se.
A imperatriz: (ao louco) Ouvi dizer que é capaz de alegrar qualquer pessoa. Gostaria de saber se é mesmo verdade o que dizem por aí.
O Louco: E se não for?
A imperatriz: Perde a cabeça... (ri escandalosamente) No mínimo terá que dar explicações a todos que se desprenderam de suas casas para virem até aqui se divertirem, mas acredito que seja capaz de nos divertir durante um bom tempo.
A morte: Ele está pronto.
O louco: (para a morte) Mas o que eu faço?
A morte: Seu melhor número...
O louco: (enchendo-se de coragem e tomando a frente) Senhoras e senhores, hoje eu farei um número nunca tentado antes. Um número que só tenho experimentado em minha cabeça...
A morte: Continue...
O louco: Um número de loucura!!!
(Todos aplaudem fervorosamente)
A imperatriz: Parece-me que o senhor faz justo a fama que tem. Nunca houve antes outro que os deixassem tão eufóricos como agora. Permita-me fazer um apontamento. Já que é um número ainda não testado, gostaria que fosse mais além, e que deixasse sua marca nesse palácio...
O louco: Uma marca...
A morte: Com certeza deixará uma marca tão bem marcada que todos jamais esquecerão.
O louco: (Apreensivo) Senhoras e senhores, dando continuidade ao número, eu solicito um voluntário. (Silêncio. Apreensão de todos)
A morte: Eu me disponho.
A imperatriz: Não!!! Eu quero ser o voluntário. Eu quero ser a primeira.
O louco: Mas senhora...
A imperatriz: A iniciativa é inteiramente minha. Além do mais, gosto de colaborar com o progresso. Em algo nunca tentado, em algo novo, tenho que dar a minha contribuição. Deixar dentro desta marca, uma segunda marca que será tão lembrada quanto à primeira.
O louco: Mas senhora...
A imperatriz: Está decidido!!! Eu serei a voluntária.
(Todos novamente aplaudem fervorosamente)
N°15: Tem certeza imperatriz?
A imperatriz: Está decidido N° 15. Louco, dê continuidade ao seu entretenimento.
O louco: De dentro desta trouxa, trago meus pertences mais íntimos. E em meio deles há uma corda. (abre a trouxa) Essa corda. Que por vezes tentei me enforcar com ela sem sucesso. É uma falsa corda. Capaz de dissolver qualquer nó, desde o mais simples até o mais cego.
A morte: Houve uma mudança grande demais...
O louco: Cara imperatriz gostaria que colocasse o seu pescoço no laço que farei, pendurarei a corda na pilastra mais alta e puxarei a fim de enforcá-la...
Todos os espectadores: Oh...
O louco: Não se preocupem. No momento exato o nó será desfeito... e nada de mal acontecerá com a imperatriz.
(apreensão geral)
A imperatriz: Vamos logo ao número...
(O louco passa a corda pelo pescoço da imperatriz e a pendura numa pilastra do salão. A imperatriz sobe em seu trono.)
A morte: Um novo dia vai começar.
O louco: Estou fazendo tudo como sempre imaginei. A estrutura já está armada. E num rufar de tambor a imperatriz irá pular... Que rufem os tambores... (os tambores rufam) no ‘três’ imperatriz. Um... Dois... Três...
(A imperatriz salta, mas o nó não se desfaz e ela acaba sendo enforcada.)
Todos os espectadores: Oh...
O louco: Está aí a grande marca!!!
(todos riem e aplaudem muito ao ver o corpo da imperatriz dependurado)
A morte: O progresso!!!
(todos aplaudem mais e mais, algazarra geral)
O louco: A marca dentro da marca. Hoje vai ser um dia jamais esquecido, tamanha foi à alegria que dei a todos. Uma apresentação digna de um festival burguês, ou de uma feira medieval. E agora eu pergunto a todos vocês se sabem qual foi o objetivo de toda essa festa? Alguém saberia me responder...? (Todos param subitamente) A resposta é simples... não há objetivo algum. Tudo o que aqui aconteceu foi por puro divertimento. A imperatriz está com a corda no pescoço por puro divertimento. Vocês aplaudem por que se divertiram. E eu pularei do precipício por divertir vocês. Acabou a feira.
A morte: Completou a sua libertação...
[renato ribeiro]
quinta-feira, março 05, 2009
Sobre o sono e a personalidade.
Hoje pela manhã assisti à uma reportagem sobre um estudo feito pelo Professor Idzikowski (diretor do Serviço de Avaliação e Aconselhamento sobre o Sono, em Londres) com cerca de mil pessoas, onde dizia que traços da personalidade de uma pessoa podem ser compreendidos pela forma em que ela dorme. Neste estudo foram apontadas as seis principais forma em que costumamos dormir, às quais cito abaixo. Apesar de, particularmente, achar que as definições são um tanto quanto genéricas, resolvi postar aqui o resultado deste estudo, pois as características dadas pela forma em que durmo, coincidiram bastante com os traços de minha personalidade. Segue abaixo o quadro e as definições referente a cada posição.
Fetal (The Foetus) 41%: Os que dormem nessa posição aparentam ser fortes mas na realidade são sensíveis. Quando conhecem pessoas novas ficam inseguras no começo,mas depois se soltam. Está é a postura mais comum, usada por 41% das pessoas que participaram do estudo.
Tronco de Árvore(The Log)15%: Deitado de lado com ambos os braços alinhados. Os que dormem assim são pessoas extrovertidas e sociáveis, adoram fazer parte de grupos sociais, e confiam em desconhecidos. Por outro lado, podem parecer ingênuos.
O Aspirante (The yearner) 13%: As pessoas que dormem assim de lado com braços estirados de frente parecem ser pessoas de naturais e abertas, embora também podem ser receosos e cínicas. São lentas na hora de tomar decisões, mas uma vez tomadas é muito difícil fazer-las mudar de opinião.
O soldado (The Soldier) 8%: Popular de barriga para cima, com os braços esticados. São geralmente reservados e não gostam de agitação, fixam-se em grandes metas.
Queda Livre (Freefall) 7%: Deitado de barriga para baixo com os braços ao redor do travesseiro. São pessoas sociáveis, descaradas, neuróticas, as vezes susceptíveis e odeiam as criticas e situações extremas.
Estrela do Mar (Starfish) 5%: Deitado de barriga para cima com os braços encima do travesseiro. As pessoas que dormem assim são bons amigos, porque sempre estão dispostas a escutar os outros, e proporcionar ajuda quando necessário. Não gostam de ser o centro das atenções.
Fonte: BBC
terça-feira, março 03, 2009
[outras bocas]
Vulcões
Florbela Espanca
Tudo é frio e gelado. O gume dum punhal
Não tem a lividez sinistra da montanha
Quando a noite a inunda dum manto sem igual
De neve branca e fria onde o luar se banha.
No entanto que fogo, que lavas, a montanha
Oculta no seu seio de lividez fatal!
Tudo é quente lá dentro…e que paixão tamanha
A fria neve envolve em seu vestido ideal!
No gelo da indiferença ocultam-se as paixões
Como no gelo frio do cume da montanha
Se oculta a lava quente do seio dos vulcões…
Assim quando eu te falo alegre, friamente,
Sem um tremor de voz, mal sabes tu que estranha
Paixão palpita e ruge em mim doida e fremente!
Florbela Espanca
Tudo é frio e gelado. O gume dum punhal
Não tem a lividez sinistra da montanha
Quando a noite a inunda dum manto sem igual
De neve branca e fria onde o luar se banha.
No entanto que fogo, que lavas, a montanha
Oculta no seu seio de lividez fatal!
Tudo é quente lá dentro…e que paixão tamanha
A fria neve envolve em seu vestido ideal!
No gelo da indiferença ocultam-se as paixões
Como no gelo frio do cume da montanha
Se oculta a lava quente do seio dos vulcões…
Assim quando eu te falo alegre, friamente,
Sem um tremor de voz, mal sabes tu que estranha
Paixão palpita e ruge em mim doida e fremente!
Assinar:
Postagens (Atom)