Poema dadaísta feito com palavras da postagem "maquinal" deletada na semana passada.
quinta-feira, setembro 17, 2009
quarta-feira, setembro 02, 2009
Fragmento!
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Os sapatos de salto apertavam-lhe a ponta dos pés. Lábios sem cor. Cabelo desgrenhado. A bolsa presa junto ao corpo. Seus passos largos denunciavam seu desejo de chegar em casa. Banho quente, roupas limpas e leves. Café e bolacha água e sal. Seus pensamentos se esvaiam pelas ruas. Domésticos! Eram quatro da manhã. Gatos nos telhados. Olhos como brilhantes jogados num canto de pouca luz. Na rua apenas prostitutas e vagabundos. O corpo dessa mulher fora devorado. Marcas nos braços, pescoço, nuca. Desgastado inteiramente. O seu corpo preso aos seus passos, a suas tensões, aos seus falsos brilhantes. Só. Além disso nada mais, somente o desejo de chegar em casa que crescia a cada aperto dos sapatos de salto. E como eles apertavam...
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[renato ribeiro]
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