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A casa estava morta.
O escuro e o silêncio da noite tomavam conta de tudo. Da sala, do quarto, de sua mente. Uma aspirina, um copo d’água e sua cabeça despencara no travesseiro como se pesasse uma tonelada. Isso porque os pensamentos estavam adormecendo.
Ele não voltaria mais, e se voltasse nada seria como antes.
Ela queria, por uma noite a mais, sentir o peso do corpo dele sobre o seu. Ver ao seu lado o lençol desenhando as curvas de seu corpo.
Ela queria...
O tempo escorria vagarosamente e, sem muito que fazer, ela revisava em sua mente a imagem das rachaduras no teto de seu quarto escuro. Por enquanto nada demais, mas era sabido que aumentariam, que as manchas escureceriam mais.
A umidade se espalhava.
Ela cultivava a certeza de que o teto, uma hora ou outra, não aguentaria e cairia sobre sua cabeça e por isso tamanha admiração. Sem o teto teria não mais rachaduras e manchas, mas o céu vestido de estrelas.
Ela apenas queria...
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[renato ribeiro]
7 comentários:
Densidade adocicada regando tua gramática, teu vocábulo.
Não pare de escrever, Renato!
Umidade das idéias, inundações e enchentes ferteis: para conduzir e amparar idéias tão bonitas para a tela fria e calculista.
E que o teto desabe!
muito bom seu texto (:
e como a thaiz disse, que o teto desabe!
Gostei também.Muito bom seu texto Renato.Que o teto desabe ou não...
http://tarssiodisa.blogspot.com/
Adorei *.*
sigo*
-xxx-
estive aqui e gostei muito!vou te seguir.....beijo!
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